sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O bonde do Paes

30/10/2015 0 O Globo

POR ANCELMO GOIS

Bonde
Bonde | Ricardo Cassiano

Será no dia 17 de dezembro (uma quinta-feira), uma semana antes do Natal, que o prefeito Eduardo Paes vai inaugurar o Museu do Amanhã, esse nobre espaço do Rio dedicado às ciências, na Praça Mauá. Ele chegará ao local a bordo — veja só — do bonde João do Rio (1881-1921), que fará parte do VLT.

É isso mesmo. O autor de “A alma encantadora das ruas" será um dos 32 cariocas — de coração ou nascidos na cidade; veja a lista abaixo — que terão bondes batizados com seus nomes. Mas o VLT só será inaugurado no ano que vem: na data da entrega do museu, Paes viajará por um pequeno trecho já concluído na Região Portuária.

1. Tia Ciata

2. Donga

3. Pixinguinha

4. João da Baiana

5. Ismael Silva

6. Machado de Assis

7. Clementina de Jesus

8. Cartola

9. Mestre Valentim

10. Dona Zica

11. João Cândido

12. Silas de Oliveira

13. Ary Barroso

14. Dolores Duran

15. Noel Rosa

16. Dona Dodô

17. Chiquinha Gonzaga

18. Di Cavalcanti

19. Procópio Ferreira

20. Augusto Malta

21. Marc Ferrez

22. Nair de Teffé

23. Grande Othelo

24. Roberto Burle Marx

25. Lota de Macedo Soares

26. João do Rio

27. Tom Jobim

28. Vinicius de Moraes

29. Braguinha

30. Carlos Drummond de Andrade

31. Manuel Bandeira

32. Cazuza

domingo, 25 de outubro de 2015

Prefeitura do Rio apresenta o primeiro trem do VLT produzido no Brasil

21/10/2015 - Agência Rio de Notícias

A Prefeitura do Rio apresentou hoje (21), em Taubaté (SP), o primeiro dos 27 trens do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) fabricados no Brasil. Em produção na fábrica do interior paulista, o veículo integra frota de 32 composições do sistema que circulará pelo Centro do Rio a partir do primeiro semestre de 2016. Após a apresentação, o trem inaugurou a primeira pista de testes da América Latina, também na fábrica de Taubaté.

Os primeiros cinco trens do VLT foram produzidos na França, em La Rochelle. Acordo de transferência de tecnologia viabilizado pelo regime de parceria público-privada (PPP) entre a Prefeitura do Rio e a Concessionaria do VLT Carioca garante 60% de conteúdo local aos trens. As unidades em construção no Brasil são do modelo Citadis, operado sem catenárias (cabos aéreos para a alimentação por energia elétrica). No modelo carioca, a alimentação se dá por duas fontes de energia: um terceiro trilho energizado e supercapacitores.

A fábrica de Taubaté da Alstom ? que traz conhecimento técnico das unidades da Europa, condicionante contratual para o fornecimento dos trens ao projeto ? é a única produtora de VLT na América Latina equipada com via de testes.  Com cerca de 400 metros de comprimento, a via construída na unidade do interior de São Paulo é expansível. Futuramente, poderá chegar a 750 metros, tendo nesse formato tensão aumentada de 750 volts para até 3.000 volts. Na fase de testes, os trens podem transitar pela via na velocidade de até 40 km/h. Com a expansão da pista, a velocidade limite será ampliada para até 80 km/h.

Quando atingir o pico de produção, na operação plena, o processo de fabricação dos trens será responsável pela geração de 150 empregos diretos e 450 indiretos. Para contratação de mão de obra local, a capacitação dos candidatos foi por meio do programa de formação profissional voltado à área de montagens de Veículos Leves sobre Trilhos. O projeto foi concebido em parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Taubaté, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e a Alstom. Ao fim do processo, 50 funcionários foram contratados, e em plena atividade operacional, a expectativa é treinar 400 candidatos.

O VLT Carioca 

Um dos símbolos da mudança na dinâmica social e econômica vivida pela cidade do Rio de Janeiro, o VLT Carioca é um projeto da Prefeitura do Rio que permitirá a interligação da Região Portuária ao centro financeiro de forma mais rápida, segura e sustentável. Parte fundamental do plano de mobilidade urbana do Porto Maravilha, o VLT Carioca fortalece o conceito de transporte público integrado. Em 32 paradas e 28 quilômetros de trilhos, conectará todos os meios de transporte disponíveis na área central da cidade: metrô, trens, barcas, teleférico, terminal de cruzeiros marítimos, Aeroporto Santos Dumont, rodoviária, BRT e redes de ônibus convencionais.

Cronograma de entrega 

Todos os cinco primeiros trens fabricados na França serão entregues até o fim do mês de novembro. Os VLTs nacionais começarão a chegar ao Rio de Janeiro a partir de janeiro de 2016.

Operação

Quando as linhas estiverem em operação, a capacidade do sistema chegará a 300 mil passageiros por dia. Cada veículo do VLT Carioca trafegará com velocidade média de 15 km/h e transportará até 420 passageiros. O pagamento poderá ser com Bilhete Único e bilhetes unitários adquiridos nos terminais de autoatendimento (ATM) presentes nas paradas e postos de venda do RioCard. Intervalos entre um trem e outro poderão variar de três a 15 minutos, de acordo com a linha, a demanda e o horário.

A Fábrica 

Inaugurada em março, a fábrica da Alstom em Taubaté (SP) ocupa 16 mil metros quadrados e tem capacidade para produzir de sete a oito trens por mês, disponibilizando espaço para testes estáticos e dinâmicos (com trens em movimento). O investimento no complexo industrial é de R$ 50 milhões. De maneira a assegurar as melhores práticas ambientais, a fábrica utiliza água coletada das chuvas para os testes.

FA

VLT: Possível reembolso da prefeitura para concessionária gera indignação

24/10/2015 - O Dia

Prefeitura admitiu que vai assumir o prejuízo financeiro dos possíveis calotes em estações sem catracas

GUSTAVO RIBEIRO

Rio - A pouco menos de seis meses da inauguração do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), os cariocas se animam ao ver os primeiros trens em teste na região portuária. Mas também já duvidam que os passageiros se adaptem ao modelo europeu de pagamento voluntário do transporte, que não terá roletas em 29 de suas 32 estações.

Contribuintes e especialistas ficaram indignados porque a prefeitura admitiu, na última semana, que vai assumir o prejuízo financeiro dos possíveis calotes, com dinheiro público. “Nossa cultura não é de respeitar esse tipo de coisa. O contribuinte vai pagar pelas bandalhas”, lamenta o técnico Robson Santos, de 60 anos.

Um agravante é que ninguém poderá ser multado por deixar de pagar a tarifa, já que a legislação brasileira não prevê esse tipo de punição, ao contrário de outras cidades no mundo. “A educação no país é ruim, e a fiscalização, muitas vezes, é falha. Então, não é justo pagar pela falta de consciência dos outros”, diz a estudante de Enfermagem Marie Grossmann, 22.

Marie Grossmann: 'Não é justo pagar pela falta de consciência dos outros'
Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia

Há controvérsias. A prefeitura acredita que a maioria vai seguir a norma de passar voluntariamente o bilhete eletrônico nos 28 validadores dentro dos vagões, apesar de garantir que haverá fiscalização com apoio da Guarda Municipal e que será retirado do VLT quem se recusar a pagar a passagem.

O secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, afirma que não faz sentido, para o custo-benefício da operação, ter catraca e cobrador. “No mundo todo, os VLTs são parecidos com o nosso. Não podemos duvidar da boa-fé do carioca.”

Por contrato, o prejuízo terá de ser dividido com o consórcio operador do VLT se a evasão ultrapassar 10% dos passageiros — a discrepância será medida por sensores dentro dos veículos. Caso mais de 20% dos passageiros não paguem, a prefeitura arcará sozinha com os calotes a partir dessa margem.

“O cerne de uma concessão é que 100% dos riscos sejam da concessionária”, critica o engenheiro de Transportes Fernando Mac Dowell. “Não há chance de uma empresa ter todo o risco em qualquer concessão”, discorda o secretário. Alguns até admitem que não pagariam. “Se eu tivesse o cartão, pagaria. Se estivesse no aperto, iria de graça”, confessa o estudante Denis Araújo, 19.

Só ANTT pode criar multa para caloteiro

Só a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) poderia regulamentar a aplicação de multas nos transportes, por resolução, segundo o especialista em Direito Administrativo Leandro Mello Frota, sócio do escritório Gomes & Mello Frota Advogados. Ele também critica o contrato. “É ilegal, um desvio de finalidade, e certamente será anulado, porque causa dano ao erário público, ainda mais em período de crise econômica.”

“No mundo todo esse tipo de cobrança funciona porque tem fiscalização e multa. É melhor a prefeitura instituir logo a passagem gratuita, porque não haverá controle algum sem a multa”, avalia Eva Vider, engenheira de Transportes da Coppe/UFRJ. Para Fernando Mac Dowell, da PUC, os calotes podem pesar na tarifa.

O secretário Jorge Arraes lembra que o contrato também prevê à prefeitura o recebimento de parte da arrecadação do consórcio se o número de passageiros ultrapassar 10% da demanda mínima, que será definida em estudo.

Gerente de Arrecadação do VLT Carioca, João Carlos Santos adiantou, semana passada, que a hipótese de equipar as estações com estruturas fechadas e roletas, apesar de remota, não está descartada para o futuro. Arraes disse que a prefeitura não tem intenção de permitir esse tipo de intervenção e, se isso porventura acontecer, o custo de obras será do consórcio.

Nova fábrica de VLTs da Alstom no Brasil agora está equipada com uma via de testes

23/10/2015 - Blog Meu Transporte

A mais nova fábrica de VLTs Citadis da Alstom, localizada em Taubaté, São Paulo, agora está equipada com uma via para conduzir testes dinâmicos nos VLTs antes da entrega ao cliente, quando são feitos os testes finais. Essa é a primeira fábrica de VLTs na América Latina a ser equipada com uma via de testes dinâmicos. Os primeiros VLTs testados são destinados à cidade do Rio de Janeiro, que encomendou 32 Citadis para a Alstom em 2013, os quais devem entrar em operação comercial a partir de 2016.

O trilho de testes – que tem aproximadamente 400 metros de comprimento – é abastecido por catenárias[1], permitindo que os VLTs Citadis rodem a velocidades de 40 km/h. Os elementos dos VLTs sendo testados são tração e freio, sistema ecopack (supercapacitores), ar condicionado e conforto acústico para garantir que o VLT seja seguro, confiável, eficiente e capaz de ser inserido suavemente no ambiente urbano. Os VLTs testados rodarão cerca de 10 quilômetros por um período de quatro dias. Seis funcionários da Alstom estão totalmente dedicados a essa tarefa.

“Com os testes agora sendo realizados onde os VLTs são produzidos, podemos garantir uma entrega mais rápida ao cliente, além de reduzir a fase de testes na linha do cliente,” afirma Michel Boccaccio, Vice-Presidente Sênior da Alstom Transporte na América Latina. 

A Alstom investiu cerca de 50 milhões de Reais na unidade de Taubaté, que foi construída para atender melhor as necessidades de mobilidade brasileiras e, no futuro próximo, as da América Latina. O VLT é uma solução relevante para cidades de médio e grande porte que enfrentam aumentos populacionais, congestionamentos e poluição. Um VLT usa quatro vezes menos energia que um ônibus e 10 vezes menos energia que um carro[2], além de se interconectar facilmente com outros meios de transporte.

Sobre a Alstom Transporte

Promovendo a mobilidade sustentável, a Alstom Transporte desenvolve e comercializa a mais completa gama de sistemas, equipamentos e serviços do setor ferroviário. A Alstom Transporte administra sistemas inteiros de transporte, incluindo trens, sinalização, manutenção e modernização e infraestrutura, além de oferecer soluções integradas. A Alstom Transporte registrou vendas de €6,2 bilhões de euros e registrou €10 bilhões em pedidos no ano fiscal 2014/15. Está presente em mais de 60 países, e emprega cerca de 28.000 pessoas.

Informações: Blog Meu Transporte

Prefeitura de Niterói inicia captação de recursos para projeto do VLT

25/10/2015 - O Globo


A soma dos empréstimos feitos pelo prefeito Rodrigo Neves (PT) para executar projetos de infraestrutura pode chegar R$ 1,5 bilhão; sendo que R$ 1,2 bilhão corresponde a financiamentos internacionais. O valor — elevado devido à alta do dólar — chegará a esse patamar se o município conseguir os US$ 170 milhões pleiteados pelo prefeito, quinta-feira, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, nos Estados Unidos. Os recursos serão usados para a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ligando o Centro a Charitas. Hoje, o teto de endividamento público é de R$ 2,27 bilhões. Para Paulo Corval, professor de Direito Tributário e Financeiro da UFF, o volume de dívidas, que equivale a quase 100% da receita líquida do município (R$ 1,9 bilhão), é perigoso. "Ainda mais num momento em que as receitas no país estão chegando a um limite”, critica o especialista. O prefeito, entretanto, diz que a cidade tem trocado dívidas ruins por outras menos prejudiciais. "A realização de investimentos em infraestrutura urbana, mobilidade e segurança é uma dívida positiva, porque agrega valor e melhora a qualidade de vida da população”. Sem espaço no orçamento para fazer investimentos, o prefeito Rodrigo Neves fez a opção de usar empréstimos para viabilizar grandes obras públicas, como a construção do Túnel Charitas-Cafubá e do corredor de ônibus (BHLS) da TransOceânica. Na quinta-feira, o petista viajou a Washington, nos Estados Unidos, para pleitear junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mais recursos para a cidade, dessa vez com o intuito de custear, entre outros projetos, a construção de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando o Centro a Charitas. A escolha, entretanto, vai deixar uma conta salgada para as próximas administrações: R$ 1,5 bilhão em novos financiamentos, pressionando o teto de endividamento público, que hoje é de R$ 2,27 bilhões.
O principal risco são os empréstimos em dólar. Caso seja autorizado, o financiamento pleiteado junto ao BID será de US$ 170 milhões, e se somará a outros dois. Já foram liberados pela mesma instituição US$ 26,4 milhões para contenção de encostas, operação de trânsito e monitoramento da cidade com câmeras, entre outros projetos. Outros US$ 100 milhões, da Corporação Andina de Fomento (CAF), são para o Programa Região Oceânica Sustentável, que prevê, entre outras intervenções, a construção de um parque, com ciclovia, no entorno da Lagoa de Piratininga.

ENDIVIDAMENTO PERIGOSO NUM CENÁRIO DE CRISE

Atualmente, as três operações financeiras representam, somadas, uma dívida de R$ 1,2 bilhão, com o dólar na faixa dos R$ 4. Isso porque os contratos são feitos com câmbio flutuante e têm uma carência (prazo para início do pagamento) entre dois e quatro anos. Além desses recursos internacionais, a atual gestão recebeu crédito de R$ 292 milhões da Caixa Econômica Federal (CEF) para a construção da TransOceânica, e outros dois empréstimos menores, que somam cerca de R$ 40 milhões.

Para Paulo Corval, professor de Direito Tributário e Financeiro da Universidade Federal Fluminense (UFF), o endividamento da prefeitura é perigoso, especialmente num cenário de crise econômica.

— Esse volume de dívidas, que equivale a quase 100% da receita líquida do município (R$ 1,9 bilhão), é muito perigoso. É preciso fundamentar uma escolha dessas. Isso não pode ser feito sem um estudo adequado e um debate democrático, ainda mais num momento em que as receitas no país estão chegando a um limite — critica o especialista.

O prefeito Rodrigo Neves, entretanto, nega que o aumento repentino da dívida seja um problema. Segundo ele, a cidade tem trocado dívidas ruins por outras menos prejudiciais.

— A dívida que eu herdei, e que nós pagamos, era muito ruim porque era para custeio e terceirização de serviços. A realização de investimentos em infraestrutura urbana, mobilidade e segurança é uma dívida positiva, porque agrega valor e melhora a qualidade de vida da população — argumenta.

Entretanto, o próprio governo trabalha com a possibilidade de o envidamento se tornar ainda maior. De acordo com Giovanna Victer, secretária de Planejamento, a prefeitura projetou, durante a elaboração do Orçamento de 2016, o cenário com dólar cotado a R$ 4,50. No último Boletim Focus, do Banco Central, os economistas ouvidos também têm visão pessimista, com a moeda americana fechando o ano que vem acima dos valores atuais.

Em junho do ano passado, durante a discussão do empréstimo da CAF na Câmara, a oposição defendeu a realização de uma consulta pública antes de a casa tomar uma decisão. A bancada do PSOL chegou a apresentar um requerimento para realizar uma audiência pública, mas foi derrotada pela base do governo. O vereador Bruno Lessa (PSDB), também da oposição, lembra o custo que esses financiamentos terão no futuro da cidade.

— É um absurdo que um governo esgote 70% da capacidade de investimento de um município em quatro anos. Atualmente, a cidade gasta muito pouco com isso, mas daqui a cinco anos o valor pago de amortização e juros com empréstimos vai aumentar bruscamente. A cidade vai estar pronta para isso? — questiona.

O secretário de Fazenda, Cesar Barbieiro, afirma, entretanto, que a prefeitura ainda tem uma boa margem para as despesas com juros e amortização da dívida — o valor gasto com o pagamento das prestações dos empréstimos.

— Pela legislação federal, os gastos com a amortização da dívida não podem passar de 11% da receita corrente líquida. Hoje, gastamos cerca de 3% — explica o secretário. O prefeito Rodrigo Neves apresentou a dirigentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o projeto de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando Charitas ao Centro, com 20 estações para embarque e desembarque de passageiros em 11 quilômetros de percurso. Também integrou a comitiva o secretário municipal de Fazenda, Cesar Barbieiro.

Segundo Rodrigo, o empréstimo deve ser de US$ 170 milhões, que em valores correntes representariam R$ 661 milhões. Parte dos recursos vai custear 50% da implantação do VLT, orçada em R$ 750 milhões. A outra metade será captada através de uma parceria público-privada (PPP). Para o prefeito, o investimento colocará Niterói na vanguarda em termos de modais de transporte coletivo:

— Com esse projeto, Niterói será a primeira cidade do Brasil a contar com um BHLS (um BRT mais moderno) e VLT. Isso muda completamente o paradigma de transportes do município. Só o VLT tem demanda de 200 mil passageiros por dia.

O processo de liberação dos recursos deve levar cerca de um ano e meio, segundo ele. O primeiro passo do processo é o envio de uma carta-consulta ao BID e à Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, o que deve ser feito até o fim do ano. Em seguida, iniciam-se outras etapas para a obtenção do financiamento internacional.

Além do VLT, os recursos do BID devem ser usados em outros dois projetos de infraestrutura: a urbanização do Morro do Estado — com obras de contenção de encostas e construção de equipamentos culturais e de lazer —e a macrodrenagem da bacia do Rio Icaraí, que é responsável pelos constantes alagamentos em ruas do bairro, de Santa Rosa e no entorno do Caio Martins.

sábado, 24 de outubro de 2015

Rodrigo apresenta projeto de VLT ao BID

23/10/2015 - O São Gonçalo

Rodrigo Neves apresentou proposta de financiamento para a implantação do VLT
Foto: Divulgação

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, acompanhado do secretário de Fazenda do município, Cesar Barbiero, apresentou em Washington, Estados Unidos, ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, e ao vice-presidente da entidade, Alexandre Meira da Rosa, a proposta de financiamento para a implantação do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando Charitas ao Centro da cidade. No mesmo projeto, estão previstas obras de infraestrutura e urbanização do Morro do Estado e macrodrenagem do Rio Icaraí nas proximidades do estádio Caio Martins, entre outras melhorias em outras áreas da cidade.

No encontro, Neves evidenciou a saúde financeira de Niterói como fator preponderante para a concessão do financiamento, uma vez que a cidade, mesmo num cenário de crise nacional e estadual, realiza investimentos em diversas áreas, cumprindo metas fiscais e aumentando, inclusive, sua arrecadação.

“O encontro superou nossas expectativas, pois mostrou a confiança que uma instituição tão importante no cenário mundial deposita em Niterói, além de reconhecer o trabalho que nós desenvolvemos na cidade desde 2013. Hoje, demos o primeiro passo para um novo acordo, que permitirá mais investimentos capazes de transformar nossa cidade, proporcionando melhores condições de vida, infraestrutura e mobilidade para os niteroienses”, afirmou Neves.

Moreno mostrou-se favorável à iniciativa e determinou agilidade das equipes do BID ao pedido da prefeitura, assim que ele for formalizado, o que deve ocorrer até o fim do ano. “Nós já temos um projeto em andamento em Niterói, negociado em 2013, e que está caminhando muito bem, com a cidade cumprindo suas metas. É importante premiar aqueles que cumprem essas metas, pois, além de reconhecer o esforço do município, sinaliza para os demais essa necessidade”, disse Moreno.

O projeto do VLT é a segunda etapa do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social de Niterói (Produis) e prevê uma linha de 11 quilômetros ligando a estação de Charitas ao Centro e conectado ao BHLS da TransOceânica.

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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bonde: começam os testes para integrar a Lapa a Santa Teresa

21/10/2015 - O Globo

Trecho da década de 1960 foi reformado para ligar ruas Francisco Muratori e do Riachuelo
  
POR SIMONE CANDIDA 

RIO — Moradores da Rua Francisco Muratori, em Santa Teresa, assistiram, na manhã de ontem, aos primeiros testes do bonde que ligará o bairro à Lapa, chegando à esquina da Rua do Riachuelo. O trecho, de aproximadamente 500 metros, estava fora de operação desde a década de 1960, após uma série de alagamentos na região. O veículo ficará em observação por 30 dias, período em que serão avaliados, por exemplo, o sistema de freios e a parte elétrica da rede aérea.

Como haverá mudanças no trânsito da região, agentes da prefeitura distribuíram panfletos, informando que não é mais permitido estacionar na rua, que teve o limite de velocidade reduzido para 30 km/h. Além disso, foram instaladas faixas e uma nova sinalização, avisando que o bonde pode passar a qualquer hora.

TESTES EM DIAS ÚTEIS

Por enquanto, os testes na Francisco Muratori serão realizados em dias úteis, das 9h às 11h, sem passageiros. Segundo o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, no fim de novembro, as viagens serão abertas ao público. Depois de inaugurado, o trecho será integrado ao que está em atividade desde o dia 1º de agosto, ligando o Largo da Carioca ao Curvelo.

— Hoje foi uma viagem histórica, já que este trecho não operava há 49 anos. A última viagem do Francisco Muratori, chegando até a Rua Riachuelo, foi em 1966. Este serviço foi interrompido após as cheias ocorridas na época, que danificaram a linha. Nunca mais foi retomado. Quando o sistema de bondes parou, em 2011, o trecho já não funcionava — conta Osorio.

Bonde em teste passa pela Rua Francisco Muratori, em Santa Teresa: operários ainda trabalham na recuperação da via - Pablo Jacob / Agência O Globo

Na avaliação do secretário, a linha trará vantagens não apenas para os moradores, mas para os turistas:

— São duas regiões turísticas importantes do Rio, que voltam a ser conectadas pelo serviço de bondes.

A linha tem menos de 500 metros e, quando estiver operando plenamente, o passageiro gastará cerca de dez minutos para subir da Lapa até a altura do Convento de Santa Teresa. Nesse ponto, o usuário embarcará em outro bondinho.

— Em novembro, vamos montar a integração deste ramal com o do Largo da Carioca ao Curvelo — diz Osorio.

Na Rua Francisco Muratori, ainda estão sendo realizadas obras. A faixa que será usada pelo bonde está pronta, mas no local ainda há operários fazendo a recuperação dos paralelepípedos na área usada pelos carros. Segundo a Secretaria de Transportes, o trecho do Curvelo até o Largo dos Guimarães vai entrar em fase de testes com passageiros no fim de novembro. Em seguida, a obra do bonde de Santa Teresa chegará a mais dois trechos: Praça Odylo Costa Neves, por meio da instalação de trilhos, e avançará para a oficina, na Rua Carlos Brandt. A previsão é que todo o sistema esteja operando em 2017.

— Terminada esta obra física aqui na Muratori, abriremos uma nova frente de trabalho para a construção da via permanente (instalação de trilhos) da Praça Odylo Costa Neves em direção ao Silvestre, também previsto para novembro — completou Osorio.

Na viagem inaugural, moradores tiraram fotos do bondinho.

— Para mim é uma novidade, pois moro aqui há quase 20 anos e só tinha ouvido falar sobre esse bonde. Só espero que o serviço seja bom — disse a aposentada Rose Santos, de 60 anos, que fez questão de registrar a primeira viagem com o celular.

OBRAS ATRASADAS

As obras em Santa Teresa começaram em 2013, quase dois anos depois de um bonde descarrilar e tombar na Rua Joaquim Murtinho. O acidente deixou seis mortos e 57 feridos, paralisando o serviço. A linha de bondes deveria ter sido entregue há mais de um ano, durante a Copa. A lentidão da obra chegou a afetar a fabricação de 14 bondes encomendados pelo estado.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/bonde-comecam-os-testes-para-integrar-lapa-santa-teresa-17835774#ixzz3pIGGbpxC 

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Prefeitura poderá subsidiar operação do VLT do Centro

22/10/2015 - O Globo

Município entrará com recursos se número de passageiros ficar abaixo do esperado
  
POR LUIZ ERNESTO MAGALHÃES* 

O primeiro VLT nacional, fabricado na unidade da Alstom em Taubaté (SP), é testado numa linha de manobras: previsão é que o número de passageiros do sistema, a ser inaugurado em 2016, chegue no máximo a 300 mil por dia - Ricardo Cassiano / Divulgação

RIO — A prefeitura terá que subsidiar financeiramente a operação do veículo leve sobre trilhos (VLT), que entrará em operação ano que vem na região central do Rio, caso o número mínimo de passageiros para tornar o sistema economicamente viável não seja alcançado. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, durante visita à fábrica brasileira de VLTs da multinacional francesa Alstom, em Taubaté (SP), responsável por fornecer os 32 trens a serem usados no serviço.

— A Secretaria municipal de Transportes contratou uma consultoria para fazer os estudos de demanda e viabilidade, que ficarão prontos em novembro. Eles é que indicarão a demanda mínima, bem como a tarifa a ser aplicada, tanto para quem usar o VLT exclusivamente, como para quem fizer integrações — disse Jorge Arraes.

Quando foi feita a concessão, a estimativa era que a tarifa ideal ficasse em R$ 3,10, mas esse valor não levava em conta mudanças que ocorreram no trânsito do Rio e no itinerário dos ônibus, por exemplo.

O aparelho de validação do bilhete no trem - Ricardo Cassiano / Divulgação
A possibilidade de subsídio consta do contrato de concessão público-privada firmado entre a prefeitura e a concessionária. Segundo o documento, a demanda máxima estimada para o serviço é de 300 mil usuários por dia. Ao ser fixada a demanda mínima, o município não terá que dar subsídios se o total de pagantes ficar até 10% abaixo do previsto. Acima de 10% e até 20%, o prejuízo será dividido entre concessionária e poder público. Caso seja superior, o que passar de 20% será arcado pela prefeitura.

CUSTO DA OBRA CHEGA A R$ 1,15 BILHÃO

Se a demanda de usuários for maior que a prevista em no mínimo 10%, a empresa repassará parte da receita extra ao município. Ao todo, são 25 anos de concessão, sendo 22 de operação e três de obras. O projeto está custando R$ 1,156 bilhão. Desse total, R$ 624 milhões são da iniciativa privada. O restante vem de recursos repassados pela União.

— Quando fizemos estudos para a concessão, havia uma estimativa inicial de demanda. Mas, cinco anos depois, com as intervenções do Porto Maravilha e o plano de racionalização dos ônibus, a dinâmica de circulação na área mudou — explicou o secretário de Concessões.

Os novos estudos de viabilidade também vão apontar se as mudanças no trânsito provocadas pela implantação do VLT exigirão alterações nas regras de uso do Bilhete Único Carioca (BUC). Pelas atuais, o usuário pode fazer duas integrações pagando a mesma tarifa. O que ainda não se sabe é se, no caso dos passageiros do VLT, haverá a necessidade de uma terceira integração.

Já no caso do Bilhete Único estadual, a Alerj precisará aprovar um projeto, ainda não apresentado, prevendo seu uso no novo sistema de transporte.

Entre as empresas que controlam o VLT, estão CCR, Invepar, Odebrecht e Riopar, com 24,875% cada. A BRT, que opera o VLT de Buenos Aires, e a RATP, que presta o serviço em Paris e em cidades do interior da França, participam com 0,25% cada. A CCR está atualmente no centro de uma polêmica, pois quer devolver ao governo do estado a concessão das barcas e pede uma indenização.

Caso a prefeitura passe a subsidiar a tarifa, haverá uma mudança na estratégia do município em relação ao transporte público. Em 2010, quando os ônibus foram licitados, a prefeitura adotou uma fórmula que não prevê subsídios diretos. Mas os repasses indiretos existem. As empresas que integram os consórcios pagam ISS simbólico. E, a partir deste ano, os usuários passaram a arcar com as gratuidades dos alunos da rede municipal. Entre 2011 e 2014, a conta foi paga com recursos da área de educação.

Uma das maneiras para se tentar alcançar a demanda mínima será combater a evasão de receita provocada por quem viaja sem pagar a passagem. Para efeito do cálculo da demanda mínima, leva-se em conta não o total de passageiros embarcados, mas aqueles que efetivamente desembolsam o valor da tarifa. Ao contrário do que o consórcio chegou a informar, haverá fiscais nos trens para verificar se o usuário validou a viagem. Os agentes terão, inclusive, máquinas para fazer o débito imediato referente à passagem.

DEZOITO ESTAÇÕES SERÃO ABERTAS EM ABRIL

Caso o passageiro se recuse a pagar, a Guarda Municipal poderá ser acionada para retirá-lo do veículo. Das 32 estações do sistema, apenas três — rodoviária, Central e estação das barcas — terão um sistema de controle prévio de acesso.

— Nós teremos pontos para a compra de cartões de embarque, inclusive nas estações. Outras medidas podem ser implantadas para evitar a evasão. Não está descartado, em último caso, fecharmos os acessos e adotarmos o controle prévio em todas as estações — disse João Carlos Santos, gerente de Arrecadação do VLT Carioca .

Das 32 estações, 18 serão inauguradas em abril e fazem parte do compromisso do Rio para os Jogos Olímpicos. A linha ligará a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, via Avenida Rio Branco, em cerca de 30 minutos. Outras 11, do itinerário da Central à Praça Quinze, ficarão prontas entre agosto e setembro. Já as três estações restantes estarão na linha que passará pela Marechal Floriano (entre Central e Rio Branco) e só será concluída em 2017.

Em relação aos trens, cinco estão sendo construídos na fábrica da Alstom em La Rochelle, na França. Desses, dois já chegaram ao Rio. Os outros 27 estão sendo produzidos na fábrica de Taubaté (SP), aberta para atender a encomendas na América Latina. O primeiro trem nacional do VLT entrou em teste nesta quarta-feira, numa linha de manobras na Alstom. A previsão é que os primeiros veículos fabricados em Taubaté sejam entregues a partir de janeiro de 2016.

*O repórter viajou a convite do consórcio VLT Carioca

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Primeiro trecho do VLT será inaugurado no primeiro semestre de 2016

Os 27 VLTs que vão circular pelo Rio de Janeiro serão fabricados em Taubaté

21/10/2015 - O Dia

São Paulo - O secretário de parcerias público privadas do Rio, Jorge Arraes, apresentaram nesta quarta-feira, com representantes da Alston, o primeiro VLT fabricado no Brasil para o Rio de Janeiro. A via de testes para o VLT na filial da fábrica no Brasil em Taubaté, em São Paulo, também foi inaugurada nesta quarta.

O VLT é composto por sete módulos, com a capacidade total de 420 passageiros, sendo 86 sentados. A temperatura no interior dos veículos poderá ser regulado pelo operador, chegando até 13 graus abaixo da temperatura externa.

Os 27 VLTs que vão circular pelo Rio de Janeiro serão fabricados em Taubaté. Cinco foram fabricados na fábrica da Alston, na cidade de La Rochelle, na França. A velocidade média será de 15 km/h, contando o tempo de parada nas estações que deve ser de 20 segundos.

O primeiro trecho do VLT será inaugurado no primeiro semestre de 2016 entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. Já o segundo trecho será entre a Central e a Praça XV e deverá começar a funcionar no segundo semestre de 2016. 

O secretário informou que se a quantidade de passageiros que validarem o bilhete único no VLT for menor do que a demanda mínima prevista para a operação, a prefeitura deverá ressarcir o consórcio operador. 

Para comparar o número de passageiros efetivamente transportados com a quantidade daqueles que vão validar a passagem no validador, haverá sensores no interior dos trens capazes de indicar o número real de passageiros.

A prefeitura contratou um estudo, que ficará pronto em novembro, para apontar qual é a demanda mínima. Se o "calote" for entre 10% e 20%, o prejuízo será dividido entre a prefeitura e o consórcio. O que ultrapassar esses 20% sairá unicamente do tesouro da prefeitura. A regra também valerá no sentido inverso.

Se a quantidade de passageiros transportados for superior à demanda mínima, a prefeitura deverá receber a diferença do consórcio VLT. A partir de 20% a prefeitura recebe o excedente integral. Se o excedente for entre 10% e 20% será dividido entre as partes. A implantação de um terceiro transporte também está sendo estudado para ser incluído no benefício tarifário do Bilhete Único só para quem usar o VLT. Ou seja, o passageiro poderia usar três transportes pagando apenas uma passagem. 

Primeira fase do VLT no Rio entra em operação em abril com 17 paradas

21/10/2015 - G1

Primeiro dos 27 veículos produzidos no Brasil foi apresentado em Taubaté.

Tarifa, ainda em análise, deve custar aproximadamente R$ 3,10.

Nicole Melhado

Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Pista de teste do VLT  na Alstom, em Taubaté (Foto: Nicole Melhado/G1)

O primeiro dos 27 VLTs, sistema de veículos leves sobre trilhos, produzido no Brasil para o Rio de Janeiro foi apresentado e submetido a teste nesta quarta-feira (21) na fabricante Alstom, em Taubaté (SP). Na ocasião, o início da operação da primeira fase, com 17 pontos de parada, foi confirmada para abril de 2016 - a quatro meses das Olimpíadas. A tarifa é estimada em R$ 3,10.

O valor da passagem é previsto no contrato entre a prefeitura e concessionária VLT Carioca, segundo o governo. Para o uso do transporte, a prefeitura estuda além da venda das passagens em terminais de autoatendimento, a integração com o transporte coletivo por meio do Bilhete Único Carioca e estadual. O VLT, quando for concluído, vai ligar vai ligar o Centro à região portuária.

“Ainda está em estudo a ampliação da integração para que o usuário possa usar meios de transporte distintos pagando apenas uma passagem”, disse Luiz Carlos Lobo, diretor de operações da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp).

Demanda

De acordo com o Secretário especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas do Rio de Janeiro, Jorge Arraes, simultâneamente está sendo feito um estudo de demanda para o VLT para definir o preço exato da passagem, a ser concluído em novembro.

"O preço estimado em contrato é de R$ 3,10, mas essa é apenas uma referência. Para saber o valor real a ser pago pelo usuário está sendo feito um estudo de demanda", disse. Com isso, a tarifa pode ser maior ou menor que R$ 3,10, dependendo da projeção de usuários e eventuais subsídios do governo.
Sem catracas e cobradores, o sistema vai depender da validação voluntária do usuário. A fiscalização deve conferir se o pagamento foi feito - modelo semelhante é adotado em VLTs na Europa.

Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Alstom VLT (Foto: Nicole Melhado/G1)
Outros seis VLTs estão em produção em Taubaté,
além do apresentado nesta quarta (Foto:Nicole Melhado/G1)

Itinerários

A primeira etapa do VLT, inaugurada no próximo mês de abril vai ligar a rodoviária ao aeroporto Santos Dummont e terá nove veículos operando com 17 pontos de parada. O percurso deve ser feito em 25 minutos.

A segunda etapa do VLT vai ligar a Central do Brasil até a Praça 15 de Novembro e será inaugurada no mês de agosto. Ao todo o sistema terá 28 quilômetros e 32 paradas - dez a menos que as previstas inicialmente na licitação.

O VLT apresentado nesta quarta-feira em Taubaté deve ser entregue no Rio de Janeiro em dezembro. Outros dois, dos cinco produzidos pela Alstom na França,  foram entregues e estão passando por testes no Rio. A previsão é que os outros três cheguem da Europa na próxima semana.

Em Taubaté, além do veículo testado, outros seis estão em produção. Ao todo, serão entregues 32 veículos pela Alstom ao consórcio.

Cada unidade tem sete vagões, totalizando 44 metros de comprimento, e capacidade para 420 passageiros. As composições funcionarão 24 horas por dia, todos os dias da semana. “O VLT terá prioridade no semáforo, mas como a passagem é rápida, não causará grande impacto no trânsito de automóveis”, garante o gerente de Operações Paulo Ferreira.

BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou R$ 746,5 milhões, 42% do valor total do projeto orçado em R$ 1,77 bilhão. O financiamento foi concedido à Concessionária do VLT Carioca que vai explorar o sistema por 25 anos.

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2015/10/primeira-fase-do-vlt-no-rio-entra-em-operacao-em-abril-com-17-paradas.html

Bondinho de Santa Teresa retorna à Lapa após quase 50 anos

21/10/2015 - O Dia

Trecho na Rua Francisco Muratori entrou em fase de testes nesta quarta-feira. Mês que vem será entregue novo trecho

O DIA

Rio - Desde 1966, o bondinho de Santa Teresa não cruzava a Rua Francisco Muratori em direção a Lapa. Nesta quarta-feira, quase 50 anos depois, o bonde voltou ao trecho, iniciando uma fase de testes que deve durar 30 dias.

De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), os testes serão realizados sempre no período da manhã e sem passageiros.  Durante este período, quem passa no trecho deve ficar atento à sinalização e proibições de estacionamento.

"A volta dos bondes à Lapa é um marco histórico para o serviço de bondes de Santa Teresa. Após 49 anos de paralisação, teremos novamente a ligação por bondes de dois centros culturais, gastronômicos e históricos da cidade", disse o secretário de Transportes, Carlos Roberto Osorio.

Bondinho entra em fase de testes na Rua Francisco Muratori, no trecho que liga Santa Teresa à Lapa
Foto: Divulgação

Para orientar moradores e visitantes da região, foram instaladas novas placas de sinalização e de proibição de estacionamento ao longo da Rua Francisco Muratori, que teve seu limite de velocidade reduzido para 30 km/h. Agentes da CET-Rio apoiam na organização e orientação do trânsito enquanto funcionários da Setrans fazem a orientação através da distribuição de panfletos informativos.

Novo trecho será entregue em em novembro

Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, a próxima ligação a ser entregue será entre os largos do Curvelo e do Guimarães, onde a instalação da via permanente está concluída e a rede aérea em fase final de implantação, com previsão de início de operação no próximo mês. Depois, a obra do bonde avançará mais dois trechos: Praça Odilo, por meio da instalação de via permanente e para o acesso à oficina, na Rua Carlos Brandt.

Bonde de Santa Teresa vai voltar a descer a Rua Francisco Muratori em direção à Lapa
Foto: Divulgação

Começam testes com bonde da Rua Francisco Muratóri

21/10/2015 - O Globo

Linha de cerca de 500 metros, que faz ligação entre a Lapa e Santa Teresa, volta a operar depois 49 anos
  
POR SIMONE CANDIDA

RIO — Moradores da Rua Francisco Muratóri e das vias próximas assistiram, na manhã desta quarta-feira, aos primeiros testes do bonde naquele trecho. A linha, de cerca de 500 metros, faz a ligação da Lapa com Santa Teresa. Ela estava fora de operação desde a década de 60, quando, por causa de uma série de alagamentos na região, foi interrompida. O bondinho ficará em testes por 30 dias, período em que serão avaliados principalmente o sistema de freios e a eletrificação da rede aérea. Nesta manhã, operadores de trânsito fizeram uma panfletagem na região, informando que a partir de hoje não é mais permitido estacionar carros na rua. Além disso, foram instaladas faixas e uma nova sinalização, alertando que o bonde pode passar a qualquer hora.

Neste primeiro mês, os testes serão feitos nos dias úteis das 9h às 11h. E, por enquanto, as viagens serão feitas sem passageiros. Segundo o Secretário estadual de Transporte, Carlos Roberto Osorio, o teste com público será iniciado no final de novembro.

— Hoje foi uma viagem histórica, já que este trecho não operava há 49 anos. A última viagem do Fransciso Muratóri, chegando na Rua Riachuelo, foi em 1966. Este serviço foi interrompido nas cheias desta época, que danificaram a linha, e não foi mais retomado. Quando o sistema de bondes parou, em 2011,o serviço já não funcionava — conta Osório.

Na avaliação de Osório, a linha trará vantagens não apenas para os moradores, mas para os turistas.

— São duas regiões turísticas importantes do Rio de Janeiro que voltam a ser conectadas pelo serviço de bondes.

Moradores assistem a testes com bonde de Santa Teresa na linha Franscico Muratóri - Pablo Jacob / Agência O Globo

Depois de inaugurado, o trecho se somará ao que está em atividade desde o dia 1º de agosto, ligando o Largo da Carioca ao Curvelo. Ambos, no entanto, representam menos de 25% da extensão total dos trilhos do bonde, que é de 10,5 quilômetros. Segundo a secretaria de transportes, o trecho do Curvelo até o Largo dos Guimarães vai entrar em fase de testes em 16 de novembro. De acordo com a Secretaria de Transportes, um mês depois será entregue o trecho que liga o Largo dos Guimarães à oficina dos bondes.

Ainda estão sendo realizada obras de pavimentação da na Rua Francisco Muratóri. A pista do bonde está pronta, mas está sendo feira a recuperação dos paralelepípedos, ao lado dos bondes.

Na viagem desta manhã, muitos moradores tiraram fotos do bondinho.

— Para mim é uma novidade, pois moro aqui há quase 20 anos e só tinha escutado falar que aqui passou o bonde no passado. Só espero que o serviço seja bom — disse a aposentada Rose Santos, de 60 anos, que fez questão de registrar a primeira viagem teste com a câmera do celular.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/comecam-testes-com-bonde-da-rua-francisco-muratori-17835774#ixzz3pE4UxGy4 
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Transporte urbano no Rio gera encomendas

21/10/2015 - Valor Econômico

Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada há duas semanas, mostra que 31% dos cerca de dois mil entrevistados perdem mais de uma hora para se deslocar entre suas residências, o trabalho e o local em que estudam. O resultado é maior do que os 26% apurados pela sondagem em 2011. Pelos evidentes problemas do trânsito nas grandes cidades, o transporte de passageiros atrai a atenção de empresas francesas no Brasil, como Alstom, Systra, Keolis e Egis.

A movimentação tem gerado negócios, como a aquisição de consultorias brasileiras que atuam na área ou investimentos em construção de novas fábricas para atender à demanda.

De olho na demanda por Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), a Alstom investiu cerca de R$ 50 milhões na construção de uma unidade, inaugurada em março, em Taubaté (SP), focada na fabricação desses trens urbanos. A nova fábrica possui cerca de 16 mil m2 e é capaz de produzir de sete a oito trens por mês. Os primeiros VLTs a serem produzidos são parte dos 32 trens encomendados para a cidade do Rio de Janeiro, para o consórcio do VLT Carioca, um pedido de € 230 milhões.

O contrato é parte do projeto Porto Maravilha, liderado pelo município, para modernizar a zona portuária do Rio. O primeiro dos cinco trens a serem fabricados na França chegou à capital fluminense em julho. Os outros 27 VLTs serão produzidos em Taubaté, São Paulo. Atualmente, cidades como Santos, Rio de Janeiro, Goiânia estão com projetos de VLT em andamento, mas outros municípios estão estudando adotar essa alternativa também, como Salvador.

"A Alstom investiu em uma nova linha de produção para acompanhar novos projetos de VLTs, não só para o Brasil, mas também para toda a América Latina", afirma Michel Boccaccio, vice-presidente sênior da Alstom Transport na AL.

Já a unidade de produção de metrôs do Brasil tem transferido tecnologia para outras filiais da Alstom no mundo. O primeiro carro produzido pela empresa na Índia entrou em operação em junho. O contrato teve participação da fábrica da Lapa, zona oeste de São Paulo, que produziu as primeiras composições usadas na linha indiana.

Em agosto, a Systra, braço de consultoria para a área de mobilidade urbana criada pela RATP, gigante que controla o metrô de Paris, e a SNCP, que gerencia a rede ferroviária francesa, anunciou a aquisição da Tectran, consultoria especializada em transportes públicos, logística e pesquisa de tráfego. Com sede em Belo Horizonte, a Tectran emprega 80 pessoas e trabalha, desde 2013, em projetos de mobilidade para o metrô de BH em parceria com a francesa. "A aquisição reforça a presença em um mercado com grandes demandas de infraestrutura", disse o CEO da empresa, Pierre Verzar. O valor da transação não foi divulgado.

Outro grupo atuante é a Egis, que participa do consórcio que administra o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), concedido em 2012. No fim do ano passado, a Egis comprou o controle da Lenc Engenharia, uma das líderes do mercado brasileiro de estudos e projetos de engenharia e arquitetura voltados para a infraestrutura de transportes.

A Keolis, uma das maiores empresas de mobilidade urbana do mundo e que gerencia a rede ferroviária da França, também está de olho em sua expansão para mercados emergentes. A empresa foi uma das participantes, em 2013, de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do projeto de metrô de Curitiba. O processo de licitação foi paralisado ano passado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná. A expectativa do governo é lançar o edital este ano.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

VLT do Rio inicia testes em trecho de 4km na zona portuária

16/10/2015 - O Estado de São Paulo

Um trem do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) foi testado pela primeira vez na zona portuária carioca em um trecho de quatro quilômetros, do Santo Cristo até a Praça Mauá, na noite desta quinta-feira, 15. A composição utilizada amanheceu nesta sexta-feira, 16, na Praça Mauá, provocando curiosidade entre os pedestres.

Testado previamente na França, o trem estava posicionado desde julho de 2015 na Rua General Luís Mendes de Morais, em frente ao Terminal Rodoviário Padre Henrique Otte, no Santo Cristo. Na noite de ontem, atravessou a Via Binário do Porto, o Túnel Nina Rabha e a Avenida Rodrigues Alves até chegar à Praça Mauá, a uma velocidade de 5km/h.

De acordo com o consórcio responsável pela obra, a operação comercial do VLT, que deverá circular entre o Aeroporto Santos Dumont e a Rodoviária Novo Rio, começará no primeiro semestre de 2016.  Cada veículo tem 3,82 metros de altura, 44 metros de comprimento por 2,65 metros de largura, com capacidade para 420 passageiros.
Até o fim do ano, o Rio receberá cinco trens do VLT, fabricados na França. Ao longo de 2016, serão entregues outros 27 carros em produção no Brasil, por meio de acordo de transferência tecnológica.

domingo, 18 de outubro de 2015

Videos do VLT do Rio de Janeiro

Primeiros testes do VLT do Rio (publicado em 26/05/2015)

Trânsito muda com novas obras do VLT (publicado no dia 07/07/2015)
VLT na Praça Mauá (16/10/2015)


Testes em 20?/10/2015
https://vimeo.com/142957315

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Apresentação do VLT na Praça Mauá

RJ TV Primeira Edição de 16 de outubro de 2015

Concluída instalação de rede aérea de trecho do bonde de Santa Teresa

16/10/2015 - Jornal do Brasil

A instalação da rede aérea do sistema de bondes de Santa Teresa, na Rua Francisco Muratori, foi concluída nesta sexta-feira (16/10). Com isso, no dia 21/10, terão início os testes com bondes neste trecho, que liga Santa Teresa à Lapa, na esquina da Rua do Riachuelo, desativado desde 1966.

Os testes serão realizados em dias úteis das 9 às 11h, sem passageiros, durante 30 dias, sob supervisão dos técnicos da Setrans. Durante este período, moradores e visitantes devem estar atentos à sinalização e proibições de estacionamento. Nesta sexta também terá início a campanha de comunicação em Santa Teresa por meio da instaladas de faixas e distribuição de panfletos informativos.

“A obra do bonde está avançando e é com muita satisfação que retomamos a circulação na ligação de Santa Teresa com a Lapa, regiões ícones do Rio, que estava desativada há quase 50 anos. Em seguida vamos avançar com o trabalho na Praça Odilo, por meio de instalação da via permanente, e no acesso da oficina, na Rua Carlos Brandt”, anunciou o secretário de Estado de Transportes Carlos Roberto Osorio.

Prefeito Eduardo Paes mostra VLT na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio

16/10/2015 - G1

Ele usou as redes sociais para mostrar teste do novo sistema de transporte.

Veículo Leve Sobre Trilhos vai ligar rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont.

Prefeito publicou foto do VLT no fim da noite desta quinta-feira (15) (Foto: Reprodução / Instagram)
Prefeito publicou foto do VLT no fim da noite desta quinta-feira (15) (Foto: Reprodução / Instagram)

O prefeito Eduardo Paes exibiu na noite desta quinta-feira (15) o primeiro trem do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) a chegar na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio. Em sua conta no Instagram, o prefeito publicou três fotos, se referindo a um teste do novo sistema de transporte da cidade.

Em uma das imagens, o trem aparece ao lado Cidade do Samba. Na outra, Paes exibia o interior do trem. A última mostrava o VLT com o Museu de Arte do Rio ao fundo. "E eis q o VLT faz sua primeira parada na Praça Mauá", escreveu o prefeito.

Em outra foto, Paes mostrou o VLT com a Cidade do Samba ao fundo (Foto: Reprodução / Instagram)
Em outra foto, Paes mostrou o VLT com a Cidade do Samba ao fundo (Foto: Reprodução / Instagram)

São previstos 32 trens para o sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que vai fazer o transportes de passageiro entre o Centro e a Zona Portuária do Rio. O VLT vai ligar a Rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont.

Eduardo Paes mostrou o interior do trem do VLT (Foto: Reprodução / Instagram)
Eduardo Paes mostrou o interior do trem do VLT (Foto: Reprodução / Instagram)

'Bonde do futuro'

Ao apresentar o primeiro trem do VLT que chegou ao Rio, em julho, Paes disse que será um dos mais importantes meios de transportes do Rio, já que vai integrar todos os modais: trens, barcas, BRTs, ônibus e metrô.

"O VLT é o bonde do futuro. A cidade até hoje se ressente de lá atrás ter feito uma opção pelo rodoviarismo. O VLT vai permitir que as pessoas deixem o carro em casa, vai ser a libertação dos automóveis. Ele não foi feito para as Olimpíadas. Foi construído para tornar a cidade mais justa e melhor. Os testes já devem começar ao longo do segundo semestre e no primeiro semestre de 2016 já estaremos em operação", disse Paes.

O prefeito destacou também, na época, que com o novo sistema de transporte pretende também uma mudança de comportamento do carioca, já que o VLT não vai ter catraca nem bilheteria. Os passageiros poderão utilizar o Bilhete Único ou por cartões que serão validados em máquinas no interior do veículo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Bonde de Santa Teresa: teste em novo trecho vai começar

14/10/2015  - O Globo

RIO — Previstas para serem concluídas no ano passado, as obras do bondinho de Santa Teresa parecem ter voltado aos trilhos. Conforme noticiou a coluna de Ancelmo Gois na segunda-feira no GLOBO, os testes dos novos veículos no trecho que liga Santa Teresa à Lapa, pela Rua Francisco Muratori, começam em uma semana.

— Acabaremos as obras da rede aérea até sexta-feira (dia 16) e começaremos uma campanha de comunicação com os moradores. No dia 21, daremos início à fase de testes e, após 30 dias, ao transporte de passageiros — informa o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio.

Depois de inaugurado, o trecho se somará ao que está em atividade desde o dia 1º de agosto, ligando o Largo da Carioca ao Curvelo. Ambos, no entanto, representam menos de 25% da extensão total dos trilhos do bonde, que é de 10,5 quilômetros. Segundo Osorio, o trecho do Curvelo até o Largo dos Guimarães vai entrar em fase de testes em 16 de novembro.

— Estipulamos outros 30 dias de forma preventiva, mas, nesse caso, é provável que o transporte de passageiros comece antes, pois é uma região plana, que não apresenta perigo — prevê o secretário.

De acordo com a Secretaria de Transportes, um mês depois será entregue o trecho que liga o Largo dos Guimarães à oficina dos bondes. O presidente da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Jacques Schwarzstein, que se reuniu na terça-feira com Osorio, cobrou a conclusão das obras até o Silvestre e no sentido Largo das Neves.

O secretário garantiu que o restante do percurso não será abandonado pelo estado:

— Começaremos a implantar os trilhos da Praça Odylo Costa Neto até a Rua Aarão Reis em 3 de novembro. Na sequência, daremos continuidade ao sentido Silvestre. A previsão de conclusão do trecho até o Largo das Neves é 2017, mas estamos trabalhando para encurtar o prazo

domingo, 4 de outubro de 2015

Prefeitura anuncia projeto para levar VLT à Zona Sul do Rio

03/10/2015 - O Globo

Trilhos do novo bonde vão ligar o Aterro do Flamengo à Gávea. Trajeto tem 23 quilômetros
  
O VLT na Rua Jardim Botânico: transporte chegará até a Gávea, segundo projeto - Divulgação / Prefeitura

RIO — As ruas do Centro ainda estão esburacadas à espera dos trilhos do futuro VLT, que cruzará a região a partir de 2016. Antes mesmo de o bonde moderno se tornar realidade nesse trecho da cidade, já começam a ser costurados planos para expandir o serviço até a Zona Sul. Com 23 quilômetros, a linha ligaria a região do Aterro e da Glória à Gávea, passando por Flamengo, Botafogo, Humaitá e Jardim Botânico. O projeto, que ainda terá de ser detalhado, faz parte de um programa de investimentos que a prefeitura está lançando este mês, para ser executado a partir do ano que vem. Ao todo, são dez propostas, mas a maioria delas está no plano das intenções, porque depende de financiamentos e parcerias com a iniciativa privada (PPPs). A estimativa do município é que o pacote some R$ 26,7 bilhões e gere 38.379 empregos ao longo de cinco anos (2016-2020).

— A cidade está em fase de concluir grandes obras, que empregam milhares de pessoas. Queremos manter um bom ambiente de negócios, com projetos que estimulem a geração de empregos — diz o secretário-executivo de Coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho.

SERÃO TRÊS ANOS E MEIO DE OBRAS

Para detalhar o VLT da Zona Sul, será adotado um modelo usado para desenvolver outros projetos, como o Porto Maravilha. Em novembro, a prefeitura deve convocar empresas interessadas em desenvolver os estudos a custo zero para o município. Quem vencer a concorrência para implantar o serviço em três anos e meio, e operá-lo por concessão, indenizará os responsáveis pelos estudos.

— Esses estudos vão detalhar o traçado e a demanda pelo serviço. Estimamos que fiquem prontos em até quatro meses após a convocação dos interessados em elaborar o projeto — explica Pedro Paulo.

A proposta divide a opinião de especialistas em transporte, moradores e urbanistas. O professor da PUC-Rio José Eugênio Leal, especializado em planejamento e operação do sistema de transportes, lembra que o VLT da Zona Sul não consta do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU):

— De qualquer forma, se a proposta tiver o objetivo de retirar coletivos das ruas, faz sentido. O que não pode é o serviço competir com o metrô.

Passando por Botafogo: VLT terá 23 quilômetros e vai chegar à Gávea - Divulgação / Prefeitura

A presidente da Associação de Moradores de Botafogo (Amab), Regina Chiarádia, se diz absolutamente contrária. Ela sugere como alternativa que a prefeitura ajude o estado com recursos para levar o metrô da Gávea para Botafogo:

— Por que não prolongar a linha do metrô, que é um transporte de massa? Não aceitamos trocar metrô por VLT.

Representante da Amab no Fórum da Mobilidade, o engenheiro Licínio Machado Rogério faz coro:

— Imagine fechar a Rua São Clemente ou a Voluntários da Pátria por um ano para fazer o VLT? E por que botar mais transporte na superfície se a cidade não comporta?

O presidente regional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Pedro da Luz, acredita que o projeto seja viável, desde que o traçado seja menor e tenha como objetivo substituir pelo VLT as linhas de ônibus que circulam pela região:

— O ideal seria que o VLT seguisse só até Botafogo. O trecho até a Gávea poderia ser coberto por BRT ou BRS até a conclusão da expansão da Linha 4 até Botafogo.

O presidente da Associação de Moradores do Humaitá, Luiz Carlos Santos, acha o projeto complicado para ser executado:

— O Humaitá é um bairro espremido. A única forma de viabilizar a implantação do VLT seria retirar quase todas as linhas de ônibus que passam pelo Humaitá.

Para o presidente da AMA Glória, José Marconi, seria justificável o VLT passar pelo bairro, por ter importância histórica:

— Se ele for implantado, eu parabenizo, seria legal. Mas vejo mais como um projeto de campanha. Devido à crise, não acredito que haja quem queira investir.

Presidente da Associação de Moradores do Jardim Botânico, Heitor Wegmann diz que o bairro está dividido. Embora aprove, acha que o projeto será de difícil implementação:

— Para o VLT passar na Rua Jardim Botânico, seria preciso tirar os ônibus, porque não haveria espaço na via. Talvez pudessem criar terminais de ônibus na Gávea e no Humaitá.

Arquiteto e urbanista, Carlos Fernando Andrade discorda da proposta de o VLT interligar seis bairros:

— Ele é um veículo alimentador, para percursos menores. Deveria operar integrado a um serviço de maior capacidade.

VLT TAMBÉM NA ILHA DO GOVERNADOR

Além do VLT da Zona Sul, outros quatro projetos se encontram em desenvolvimento. Isso inclui um outro VLT na Ilha do Governador. É o caso também da proposta que transforma em subterrâneas estações de trem do subúrbio. As áreas acima das estações seriam transformadas em parques, interligando bairros cortados pelo ramal ferroviário. Elas formariam uma espécie de “High Line” carioca — parque público construído em Nova York num ramal de trens desativado. O projeto seria financiado através de operação que liberaria a construção de prédios numa área de 400 mil metros quadrados da Avenida Presidente Vargas, na Cidade Nova, erguidos sobre lajes acima das linhas férreas da SuperVia e do metrô.

VEJA DETALHES DO PROJETO DE EXPANSÃO DO VLT

Para o cientista político Ricardo Ismael, coordenador do Laboratório de Pesquisa, Governo, Desenvolvimento e Equidade da PUC-RJ, as propostas apresentadas devem ser compreendidas também como uma estratégia eleitoral:

— A campanha começou para o PMDB, na medida em que o partido já oficializou que o candidato será o deputado Pedro Paulo. Os projetos divulgados coincidem com assuntos que hoje são muito sensíveis para população, como emprego e mobilidade urbana.

A execução dos projetos, porém, terá que respeitar limites do calendário eleitoral e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Advogado especializado em direito eleitoral, João Fernandes Lopes de Carvalho lembra que, a partir de abril de 2016, só podem ser autorizadas despesas se houver uma reserva de recursos para cobri-las integralmente.

— Podemos executar os projetos com parcerias e os recursos próprios que estão em caixa. A LRF será respeitada — promete Pedro Paulo.


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