quinta-feira, 20 de agosto de 2015

BNDES aprova financiamento de R$ 746 milhões para VLT no Rio

19/08/2015 - Jornal do Brasil 

A Diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 746,5 milhões para a construção do VLT, sistema de veículos leves sobre trilhos, na região portuária e central do Rio de Janeiro. O BNDES financiará 42% do valor do projeto, de R$ 1,77 bilhão, incluindo, no total do crédito, uma parcela de recursos do Fundo Clima. O financiamento foi concedido à Concessionária do VLT Carioca S/A, Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída para implantar e prestar serviço de operação e manutenção do sistema. 

A primeira fase está prevista para entrar em operação em abril de 2016, e vai funcionar durante as Olimpíadas do Rio. A segunda fase entrará em operação até o fim do próximo ano. O VLT ligará o Centro à região portuária do Rio de Janeiro por meio de 27,5 quilômetros de via, três linhas, 32 pontos, distantes cerca de 400 metros entre si. O projeto contribuirá para a revitalização na área do porto, com um modo de transporte não poluente e inovador, cujos veículos serão produzidos no Brasil. 

Serão 32 veículos, compostos de sete módulos articulados, climatizados com ar condicionado e com capacidade para 420 passageiros e espaço para cadeiras de rodas com cinto de segurança. A tecnologia do VLT apresenta características importantes para o usuário, como a facilidade de acesso, com portas largas e sem degraus, sobretudo para pessoas com dificuldade de locomoção, e tratamento acústico, que reduz ao mínimo o ruído do veículo. 

As composições funcionarão 24 horas por dia, sete dias por semana, e permitirão que as passagens sejam pagas, também, com vale-transporte, bilhete único carioca e bilhete único estadual. Os usuários de outros meios de transporte (metrô, trens, teleférico, barcas, ônibus comuns, BRTs e aviões) serão beneficiados pela integração física e tarifária com o VLT. 

Fundo Clima – Os recursos do Fundo Clima, administrado pelo BNDES, foram utilizados por se tratar de meio de transporte sustentável e ambientalmente limpo. O apoio do BNDES ao VLT contribuirá para a retirada de circulação de ônibus da área central, além de desestimular o uso de automóveis e motocicletas, por oferecer uma alternativa de transporte público de qualidade. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

VLT do Rio não estará imune a alagamentos

Em caso de inundação, serviço será interrompido no trecho atingido

POR RAFAEL GALDO

05/08/2015 - O Globo

RIO - O novo VLT carioca não estará imune a fortes chuvas. Em caso de alagamento no caminho das composições, a energização dos trilhos nas áreas inundadas será interrompida, com a paralisação momentânea do serviço no trecho. Segundo a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp), essa é uma decisão que será tomada por motivo de segurança, e fará parte de uma série de medidas para manter a fluidez do sistema, em caso de situações adversas, como enchentes, acidentes ou falhas mecânicas nos modernos bondes. Os módulos do segundo trem já chegaram ao Rio e, na noite de ontem, deixariam o porto em direção à Rua General Luís Mendes de Moraes, próximo à Rodoviária Novo Rio.

Em relação aos alagamentos, a Cdurp afirma que a circulação vai parar apenas nos trechos com ruas submersas, sem prejudicar os demais trajetos. De acordo com a companhia, a medida seria aplicada a qualquer tipo de transporte que opere com a mesma tecnologia do VLT carioca. Nesse caso, um sistema chamado de APS (sigla para "alimentação pelo solo"), com fornecimento de energia para as composições através dos trilhos, sem a necessidade de instalação de redes áreas de eletricidade. Para evitar problemas durante os temporais, ao longo dos trilhos haverá um sistema de escoamento de águas superficiais interligado à macrodrenagem pluvial da prefeitura.

VELOCIDADE MÉDIA DE 17 KM/H

A Cdurp também estuda alternativas para casos de problema mecânico ou acidentes que impeçam a viagem. O trem poderá ser rebocado por um VLT vazio ou levado para manutenção por um veículo rodoferroviário, que circulará pelos trilhos ou pelo asfalto.

Para evitar acidentes, o engenheiro de transportes José Eugênio Leal, da PUC-Rio, sugere medidas como investir, desde já, em educação no trânsito, para que os cariocas se acostumem com os VLTs, que rodarão numa velocidade média de 17 km/h. Segundo o professor, que voltou esta semana de uma viagem por cidades da Europa onde há esses veículos, os maiores riscos nesse tipo de sistema são atropelamentos e colisões com carros em cruzamentos:

- Para minimizar acidentes, podem usar sinais sonoros e barreiras que não deixem pedestres cruzar ruas fora da faixa. Em algumas cidades, há faixas em formato de "Z", em vez de retas, que induzem o pedestre a olhar para os dois lados.

Segundo a Cdurp, o VLT circulará, na maior parte do trajeto, em vias exclusivas, exceto nos cruzamentos, onde os motoristas precisarão redobrar a atenção. Os bondes modernos atravessarão, por exemplo, a movimentada Avenida Presidente Vargas, perto do Campo de Santana e da Candelária.

Nessas áreas, a prioridade será do trem, conforme determinação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Para garantir a segurança, os condutores dos VLTs, segundo a Cdurp, terão uma qualificação especial, que incluíra aulas de direção defensiva. E terão à disposição dispositivos como a frenagem de emergência para situações críticas. Equipes técnicas da concessionária estarão posicionadas 24 horas por dia, em pontos estratégicos do trajeto.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/vlt-do-rio-nao-estara-imune-alagamentos-17088409#ixzz3hwFSCUtg 
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