sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Sem roleta nem cobrador: pagamento no VLT dependerá da boa-fé dos passageiros

Usuários validarão bilhetes em máquinas no veículo, já que não haverá estações fechadas. Modelo é inédito no país

POR CÉLIA COSTA

27/02/2015 - O Globo


Ilustração mostra como será a linha do VLT na altura da Marechal Floriano - Divulgação / Prefeitura do Rio

RIO — O modelo de cobrança das passagens no veículo leve sobre trilhos (VLT), previsto para entrar em circulação no Centro em 2106, será baseado nos sistemas adotados em Genebra, na Suíça, e Istambul, na Turquia. O esquema de validação voluntária, inédito no país e que depende da boa-fé dos passageiros, terá que ser adotado porque não será possível construir estações fechadas ao longo de todo o trajeto do novo meio de transporte. Serão apenas quatro: Rodoviária, Central do Brasil, Barcas e Aeroporto Santos Dumont. Nas outras 30 paradas, não haverá venda de bilhete, e a validação do tíquete terá que ser feita voluntariamente em equipamentos dentro do VLT, que não contará com roleta nem cobrador.

Ao anunciar a novidade, a prefeitura informou que, em caso de evasão, poderá acionar a PM ou a Guarda Municipal. Questionada se a segurança do sistema não deveria ser uma obrigação da concessionária, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, através de nota, disse que a empresa responsável pela operação deverá disponibilizar fiscais e que agentes públicos só serão acionados caso "o passageiro se recuse a pagar".

Em países europeus, "espertinhos" tentam burlar o sistema de validação. Na Suíça, quem for apanhado sem o bilhete está sujeito a multa. Gustavo Guerrante, subsecretário de Projetos Estruturais da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas, explicou que as leis brasileiras impedem que a concessionária tenha poder de punição. Para o monitoramento, serão instalados sistemas de contagem de passageiros nas portas e câmeras.

— Poderemos usar mais de um meio de controle. Estamos estudando as tecnologias disponíveis. No local onde for detectada evasão, intensificaremos a fiscalização — informou Guerrante.

O subsecretário, no entanto, acredita que a taxa de evasão será baixa:

— É uma mudança de paradigma no modo como é feita a cobrança no transporte público no Brasil. A gente espera que a maior parte das pessoas use o bilhete único, porque a vantagem é grande na integração com outros meios de transporte.

OPERAÇÃO PREVISTA PARA 2016

A previsão é que o VLT entre em operação no primeiro semestre de 2016. Fabricado pela francesa Alstom, o primeiro trem deve chegar ao Rio em 24 de abril. O valor da passagem será o mesmo da tarifa dos ônibus municipais. Poderão ser usados os bilhetes únicos estadual e municipal, além da passagem do próprio VLT.

Para elaborar o sistema de cobrança, técnicos do Rio foram a Istambul avaliar o modelo usado na capital da Turquia.

— Em Istambul, o VLT trasporta cerca de um milhão de pessoas por dia, e a cidade tem um grau de caos como no Rio. Vi carros e motos invadirem a área do VLT, como fazem aqui no BRT. Também tem malandragem. Mas, para minha surpresa, quando conversei com o presidente da empresa de VLT, ele disse que as fraudes não chegam a 8% do total — disse Guerrante.

O engenheiro de áudio Pedro Montana, carioca de 32 anos, morou na Europa e foi multado no metrô de Londres.

— Em Londres, a Zona 1 (Centro) é a mais cara. Comprei o bilhete da Zona 2, mais barata, e tentei ir para a Zona 1. Acabei sendo parado por um fiscal e tive que pagar uma multa.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/sem-roleta-nem-cobrador-pagamento-no-vlt-dependera-da-boa-fe-dos-passageiros-15453313#ixzz3SwspJiJt 
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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Comprados há 15 meses, vagões de R$ 500 milhões do VLT estragam ao relento

13/02/2015 - Olhar Direto

De acordo com o relatório feito pela empresa, não há proteção entre os vagões contra as intempéries

Wesley Santiago

Os 40 vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que custaram R$ 497.990.000,00 aos cofres públicos, nem começaram a rodar, mas já estão estragando. O relatório do Consórcio Planservi/Sondotécnica, responsável por gerenciar as obras de implantação do novo modal, mostrou diversas avarias nas composições, como por exemplo, trincas e fissuras. Além de revelar que os trens estão expostos a intempéries.

De acordo com o relatório feito pela empresa, não há proteção entre os vagões contra as intempéries: "Durante ronda de fiscalização no estacionamento dos VLTs, foram notadas algumas falhas ou faltas nas interligações (conexões) nas articulações dos vagões e a ausência de lona ou tapume de proteção dos vagões, onde estão sendo expostos à intempéries, prejudicando desta maneira, a integridade física dos componentes", diz trecho do documento.

Segundo consta, é imprescindível que os vagões estejam protegidos para que tanto a parte mecânica quanto a elétrica e pneumática, os cabos e conectores entre os carros, sejam estanques à penetração de água, poeira e resistentes ao ataque de óleos, graxas, solventes, com isolação compatível para a tensão determinada pelo projeto, para não afetar a integridade física e estrutural dos acessórios e equipamentos no interior dos carros.

Nos primeiros registros feitos pelo Consórcio Gerenciador no Centro de Controle e Manutenção do VLT, em abril de 2014, é possível ver que as composições não seguem as normas de conservação, além de apresentar muita sujeira.  Em maio do mesmo ano, a empresa também detectou algumas avarias nos vagões de numeração 3277 e 3274.

Na composição 3277, "foi encontrado um dispositivo fora do seu local de origem, exposto a quaisquer tipos de intempéries e com ausência dos seus elementos de fixação (parafusos) provenientes". Porém, a situação mais grave era a do vagão 3274, onde foram detectadas avarias (trincas e fissuras) em uma das portas deslizantes de acesso ao carro.

Mesmo com o aviso da empresa para que fossem feitas as correções, como forma de evitar o desgaste das composições, o Consórcio VLT nada fez para mudar a situação. Em junho do ano passado, durante outra inspeção, os problemas supracitados continuavam do mesmo jeito e nem a porta de acesso do carro, que estava com trincas e fissuras, havia sido reparada. O mesmo cenário foi encontrado em julho de 2014.

Até dezembro de 2014, a porta que estava estragada não foi trocada pelo Consórcio VLT. "Quanto às interligações nas articulações, ainda contêm alguns vagões com faltas de elementos de fixação nas mesmas, sujeitando-os e deixando-os exposto a entrada de intempéries. Estes vagões estão neste estado, em função do aguardo de peças faltantes para término da montagem e fechamento das mesmas".

Chegada

As primeiras composições do VLT começaram a chegar à Cuiabá em novembro de 2013. Na ocasião, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), fez inclusive um 'desfile' de carro aberto para mostrar à população os novos trens. Os últimos, dos 40 vagões, chegaram à capital mato-grossense em junho de 2014, pouco antes do início da Copa do Mundo. Até o momento, foram pagos R$ 488.050.000 (98%), dos R$ 497.990.000,00 previstos em contrato.

Debaixo de sol e chuva

Vale lembrar que em agosto do ano passado, a reportagem do Olhar Direto mostrou os trens ao relento no Centro de Manutenções, localizado em Várzea Grande. Eles não estavam com nenhum tipo de proteção e expostos ao sol e a chuva. Isso porque não havia uma mínima cobertura sobre os vagões para evitar o desgaste.

Questionada na época, a assessoria de imprensa do Consórcio VLT informou que: "A fabricante garante que os trens não sofrem prejuízo quanto à exposição a intempéries. Isso porque foram projetados para suportar as mais variadas condições climáticas como sol, chuva, ventos, raios, poeira, frio, entre outros, por um período de 30 anos".

Ao todo são 40 veículos, sendo que cada trem possui aproximadamente 44 metros de comprimento. Ele é composto por sete módulos, com capacidade para transportar até 400 pessoas (por veículo), sendo 77 sentadas. Todos eles foram importados da Espanha e chegaram de navio até o porto de Santos, depois foram transportados em carretas até a capital mato-grossense.

Fonte: Olhar Direto 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Santa Teresa deverá ter bondes circulando em trecho de 2,7 quilômetros até o fim de março

Até o fim de maio, outra parte do trajeto, até o Largo dos Guimarães, deve ser reinaugurada, segundo secretário



POR RUBEN BERTA

12/02/2015 - O Globo


Bondes parados na estação Carioca: o governo recorreu contra a penhora dos veículos - Pedro Kirilos / Agência O Globo

RIO — Uma mudança de estratégia do governo estadual promete começar a botar capítulos finais numa novela que parecia sem fim: a volta dos bondes de Santa Teresa. O secretário de Transportes, Carlos Osorio, afirmou, nesta quarta-feira, que os veículos retornarão à ativa até o fim de março, mas apenas num trecho com cerca de 2,7 quilômetros de trilhos, entre a estação Carioca e o Largo do Curvelo. Até o fim de maio, uma outra parte do trajeto, até o Largo dos Guimarães, deve ser reinaugurada.

— Decidimos fazer a inauguração em fases porque o carioca está com saudade dos bondes e nós também. O trecho até o Curvelo está totalmente pronto, falta apenas concluir um acesso até a garagem de manutenção para que possamos retomar a circulação. Inicialmente, o funcionamento será apenas em alguns horários, mas no fim de março já haverá o transporte regular de passageiros — garantiu Osorio.

O trecho Carioca-Curvelo é o mais emblemático, pois é onde estão os Arcos da Lapa. Apesar do avanço, o fim completo da novela ainda é uma incógnita. A inauguração total, até Silvestre e Neves, não tem prazo definido. As datas de conclusão devem ser anunciadas ao longo deste ano. Em dezembro passado, o estado previa terminar as obras até o fim de 2015.

Nesta quarta-feira, a Procuradoria do Estado entrou com recurso contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1), publicada em 26 de janeiro, que penhorou os 14 novos bondinhos que estão sendo adquiridos pelo governo. Mesmo com a penhora, Osorio negou que haverá atrasos. Os veículos estão em fase de testes.

O curioso é que a penhora dos bondes ocorreu graças a uma ação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, que cobra dívidas trabalhistas que chegariam a R$ 78,82 milhões. O contrato assinado pela Secretaria da Casa Civil com a empresa TTrans, em 2012, para a compra dos 14 veículos é de praticamente metade deste valor: R$ 39,9 milhões. E mais: apenas cinco composições já estão efetivamente no Rio para os testes. Até agora, foram empenhados apenas R$ 14,5 milhões nessa compra.

Os cinco bondes, segundo Osorio, serão suficientes para a primeira fase de retomada do transporte. Os outros chegarão à medida que as obras forem concluídas. O sistema parou de funcionar em 2011, depois que um acidente deixou seis mortos e 60 feridos.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/santa-teresa-devera-ter-bondes-circulando-em-trecho-de-27-quilometros-ate-fim-de-marco-15315160#ixzz3RZ4IYiVp 
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Postado por Blogger no VLT no Nordeste em 2/12/2015 12:30:00 PM


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Bondes de Santa Teresa são penhorados por causa de dívidas trabalhistas

10/02/2015 - Jornal do Brasil

Dívida chega a mais de R$ 78 milhões. Decisão foi emitida pelo Tribunal Regional do Trabalho

Fernanda Távora*

Moradores de Santa Teresa tiveram uma surpresa na tarde desta terça-feira (10), quando os 14 novos bondes que serviriam o bairro foram penhorados devido a uma dívida trabalhista no valor de mais de R$ 78 milhões. A decisão, emitida pelo juiz Múcio Nascimento Borges, da 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, é resultado de um processo que se arrasta desde 2001 e que, segundo o TRT, vem de "diferenças salariais vencidas e vincendas decorrentes de reajuste de 9,85% a partir de 1º de maio de 2000 e devidas a 1.852 empregados".

O processo está sendo movido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil contra a Companhia Estadual de Engenharia de Transporte e Logística (Central), que assumiu em 2001 o Sistema de Bondes de Santa Teresa, devido a cisão empresarial da Flumitrens.

Com a decisão da Justiça do Trabalho os 14 novos bondes de Santa Teresa deverão ser lacrados
Com a decisão da Justiça do Trabalho os 14 novos bondes de Santa Teresa deverão ser lacrados

A sentença do juiz determinou o lacramento e, por consequência, ficam suspensos os procedimentos de teste e utilização dos bondes. Caso a determinação seja descumprida, a Central pode pagar uma multa diária de R$ 10 mil.

A decisão interrompe os primeiros passos para que o bonde de Santa Teresa volte a funcionar. Segundo a Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), o atual secretário do Estado de Transportes, Carlos Osório, havia afirmado que uma série de operações assistidas, em que os novos bondes seriam testados nos trechos concluídos das obras entre a Carioca e o Curvelo, teriam início após uma reunião com os moradores, sobre os melhores horários e dias para os procedimentos.

"O objetivo era colocar esses novos bondes em circulação assistida. A equipe da SETRANS (Secretária do Estado de Transportes) iria elaborar uma proposta com os moradores do bairro, seria uma primeira uma fase experimental. Naturalmente que o bairro quer que os bondes circulem, após a publicação dos relatórios sobre os testes que seriam antes da operação. No momento atual, a informação que temos é de que estavam testando os bondes e que com as operações assistidas seria possível simular situações, testar no sol, na chuva, já que é um veículo novo, apesar da cara de antigo", explica o presidente da Amast, Jacques Schwarzstein.

Procurada pelo JB, a Secretaria do Estado de Transportes (SETRANS) não deu seu parecer sobre o caso até o fechamento da reportagem.

Tribunal Regional do Trabalho penhora 14 bondes de Santa Teresa para pagar dívidas de funcionários

Governo do estado informou que vai recorrer da decisão contra a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e alega que equipamentos são 'impenhoráveis'

POR EMANUEL ALENCAR

10/02/2015 -O Globo


Bonde de Santa Teresa, antes do acidente de 2011: 14 veículos foram penhorados - Marcos Tristão / Agência O Globo (28/01/2008)

RIO — O governo do Rio informou que vai entrar com recurso contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1), publicada em 26 de janeiro, que penhorou 14 novos bondinhos de Santa Teresa. A ação é do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil para quitar dívidas funcionários da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), vinculada à Secretaria estadual de Transportes. As dívidas chegam a R$ 78,82 milhões.

De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato, Alexandre Magno Gomes, a Central vem descumprindo um acordo coletivo assinado em 2000. Prometida inicialmente para junho de 2014, a conclusão das obras do bonde de Santa Teresa, após sucessivos adiamentos, está prevista para o fim de 2015, de acordo com a Secretaria estadual da Casa Civil.

— O acordo nunca foi cumprido, embora os valores corrigidos tivessem chegado aos contracheques. São aproximamente 2.800 funcionários da antiga Companhia Transporte Coletivo (CTC), e da Central, que ficaram sem esse aumento até hoje — explicou Alexandre.

O presidente do sindicato, Valmir de Lemos, reconhece que o processo pode atrasar a volta dos bondinhos aos trilhos, mas ressalta que os operários estão lutando por seus direitos:

— A gente lamenta, pede desculpas aos moradores, aos turistas. Mas não teve outro jeito. É um processo tansitado em julgado, com todos os valores arbitrados. Não entendemos o motivo de nunca terem pago.

'IMPENHORÁVEIS', DIZ GOVERNO

​​A Secretaria estadual de Transportes informou que ainda não foi notificada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) sobre a decisão na ação que Sindicado dos Ferroviários move contra a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central). Mas acrescentou que o caso será tratado por meio da Procuradoria Geral do Estado, que entrará com recurso contra esta medida "tão logo seja intimada", já que os bondes de Santa Teresa não são patrimônio da Central Logística, parte na ação.

Os bondes, argumentou a Secretaria, pertencem ao Estado do Rio, ​que ​não faz parte do processo em questão​,​ e são destinados ao serviço público, portanto, impenhoráveis.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/tribunal-regional-do-trabalho-penhora-14-bondes-de-santa-teresa-para-pagar-dividas-de-funcionarios-15301720#ixzz3RONzgv2w 
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Tarifa Zero